terça-feira, 25 de setembro de 2012

Demônio da Ópera





Demônio da Ópera

Terra preta inópia
abóboda celeste inócuo
flui sangue da pia
berlinda chacinada no vácuo

mil voltas do penhasco
ruído do encontro de punhos
submarino cava seu casco
inimigos prestam testemunhos

deserto afogado na areia
anjos afundando na Terra
ao formoso e terrível canto da sereia
a face da paz em manifesto berra

chifres no demônio da Ópera
última volta do relógio
pitoresca maldição impera
olhando pra trás o inferno pródigo.

Arthur Nett
30/04/2011

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