segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Apocalipse



Apocalipse


No Templo dos Milagres a minha última gota
irá macular o anjo negro que cavalga feras
vindo a Terra para dilacerar a glória humana até a última bota
até o último salto ser engolido pelas chamas das esferas

Por cima da cerca do tempo e espaço
o meio da noite se torna dia
o veterano do Paraíso sente seu fracasso
anjos caídos e humanos presos a sua covardia

Caveiras com asas dominam as nuvens fálidas
o mestre das sombras colhe no Paraíso o seu grão
as puras e donzelas se sentem fracas e pálidas
sua semente foi germinada no inferno e na Terra plantada no chão

Homens de bem estão trancados no container no cais
o pasto dos hereges é vasto e cresce
detidos os raios de sol e relâmpagos da paz
Anjo Gabriel exasto e fraco estirado no chão perece.

Arthur Nett
21/03/2011

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